quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Via Sacra
Acervo
Igreja de São João Batista
Grafenau-Doffingen - Alemanha



Jesus cai pela terceira vez
90 x 60 cm
Mista s/Tela - 1998

O artista diante do trabalho
(via Sacra)

Retratar as cenas do calvário de Cristo, foi um desafio, 
que ao mesmo tempo foi êxtase e prazer,
 dor e tristeza.
Tinha que recriar imagens de dor e flagelos, 
vivida por um homem que
pregava paz e amor.
O peso da cruz também senti. 
O momento de criação também a carreguei, não
como Simão Cirineu que a fez de fato,
 mas o de perceber que Cristo morreu
para nos conceder uma nova vida. 
E o que buscamos? Que Fizemos?
Imagens de dor e amor com a Mãe, 
onde ambos comungavam do sofrimento.
O compadecimento de Verônica 
ao enxugar o rosto de Cristo,
cujo sangue estampou-o no lenço.
As feridas abertas, 
a coroa de espinhos, a cruz, o cansaço, a terceira queda
e o rosto marcado pelo sofrimento. 
A humilhação de se ver despojado das
vestes, a crucificação, a dor e a agonia.
O corpo machucado, ensanguentado,
 crucificado, o fim está próximo.
"Pai em tuas mãos entrego meu espirito."
Maria o tem novamente nos braços, porém sem vida.
O sepulcro, a ressurreição, 
o sofrimento dando lugar ao júbilo e a alegria.
Foram cenas que retratei, 
que nasciam de um impulso, as cores aparecem escuras, 
talvez para mostrar a agressão,
o flagelo e a dor do calvário.
As expressões dos rostos retratados trazem 
um ar de tristeza e sofrimento.
Onde Cristo traz seus olhos fechados em todo o calvário,
uma forma que encontrei de amenizar seu sofrimento.
O que os olhos não vêem, o coração não sente (Ilusão).
Mas aparece de olhos abertos na ressurreição, 
um momento de pura alegria e longe do sofrimento.
Com certeza estas obras ficaram registradas 
em mina vida para sempre.
Não apenas como mais um trabalho executado,
mas como lição de vida e amor.
M.Kindermann - 1998